Dívidas do Estado

Crise na saúde vira tema de reunião em Porto Alegre nesta terça

Hospitais de Piratini e Pedro Osório também restringem atendimentos

Paulo Rossi -

A comunidade da Zona Sul sofre mais um reflexo da crise na saúde no Rio Grande do Sul. Desde sábado, a Santa Casa de Pedro Osório não recebe internações. Sem contrato assinado com o Governo do Estado há quatro meses e os repasses reduzidos à metade, não há como acolher novos pacientes. Não existe dinheiro em caixa para comprar medicações, oxigênio nem alimentações como carne e leite. Uma reunião nesta terça (27), às 10h, reunirá representantes de diferentes cidades do Estado, na capital, para identificar formas de estancar a crise.

Em menos de dez dias, pelo menos 20 hospitais gaúchos interromperam serviços eletivos; que não se enquadram em urgência e emergência. "Nesta audiência, buscaremos caminhos para não gerar um colapso no sistema, que já sofre o impacto da saída de profissionais do programa Mais Médicos", afirma o presidente do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Rio Grande do Sul (Cosems/RS), Diego Espíndola.

Uma proposta de carta ao governador José Ivo Sartori (MDB) e também de sensibilização à equipe de Eduardo Leite (PSDB) - que assumirá o Piratini a partir de 1º de janeiro - deverá ser defendida durante o encontro. Ao menos para o governo apresentar escalonamento de quando irá pagar os hospitais, que se queixam da falta de informações. A possibilidade de as instituições acionarem as verbas a que têm direito através do Fundo de Apoio Financeiro e de Recuperação dos hospitais privados, sem fins lucrativos e hospitais públicos (Funafir) - via Banrisul - também integra a pauta de reivindicações.

Em Pedro Osório, apenas Pronto Atendimento segue aberto
Somente os pacientes que procuram o Pronto Atendimento da Santa Casa - que tem os repasses das prefeituras de Pedro Osório e de Cerrito em dia - são acolhidos. As internações estão suspensas desde sábado. Sem contratualização há quatro meses, o hospital só tem recebido entre R$ 14 mil e R$ 16 mil por mês; o equivalente à metade do que deveria cair no caixa.

Não há, portanto, como repor estoques de itens básicos como medicamentos e oxigênio. Os fornecedores não são pagos há três meses - conta o diretor administrativo José Antônio Rodrigues Morais. Nesta segunda-feira (26), por exemplo, dos 42 leitos, apenas sete permaneciam ocupados; seis na ala de Saúde Mental, referência à região.

E o pior: não há data certa para assinatura do novo contrato. E, ainda que ocorra nos próximos dias, a normalização dos serviços não deve ser imediata. Em geral, o Estado costuma parcelar as verbas que ficaram para trás - lembra Morais.

Em Piratini, reflexos no atendimento devem se estender ao longo de 2019
As dívidas do Governo do Estado com o Hospital de Caridade Nossa Senhora da Conceição, em Piratini, ultrapassam os R$ 2,5 milhões. Sem perspectiva de receber ao menos parte dos recursos, os atendimentos com seis especialistas seguem paralisados. Desde 12 de outubro. Até o final do ano, 1.440 consultas deixarão de ser realizadas a moradores de 21 municípios da Zona Sul. Sem falar em cerca de 200 cirurgias eletivas que também serão desmarcadas.

A expectativa é de que o impacto da suspensão será sentido ao longo de 2019. A estimativa é de que as consultas levarão de oito a dez meses para ser normalizadas. "Essa situação acaba gerando um transtorno para o futuro", preocupa-se o diretor executivo Antônio Laerto Farias. O hospital é referência em seis especialidades: obstetrícia, urologia, ginecologia, dermatologia, otorrino e cirurgia geral.

 

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